terça-feira, 23 de junho de 2009

VALE FEITOSA - Por Edilma Rocha

Vale,
Grande é opoeta
Com sopro gramatical
De talento sem igual

Um cratense ?
Um escritor
Em dobrado de versos
Inimitável do Vale

Tua praça
Está distante
Mas o coração... está aqui
Presente nas noites
Dos amigos cariris

Não é a presença que conta
Mas o momento de agora
Que amplia o cêrco
Dos amigos de outrora

Sem precisar ensaiar
Pois o talento trnsborda
Os versos e prosas
Vamos todos escutar
Do vale Feitosa

Edilma Rocha

SINHÁ DÁMORA - Continuando

Seu atelieur era situado no décimo sétimo andar da rua Evaristo Veiga, 35, centro, de onde avistavao Cristo redentor e a nova Catedral por ela retratada com o título - Borbonos e a Nova Catedral - acompanhado por esta pupila nas voltas das aulas. Este quadro foi considerado pelo crítico Valmir Aiala a sua obra prima.
Em uma viágem à Recife para um trabalho encomendado, contraiu a doença conhecida popularmente de elefantismo que se manifestou anos após sem cura, progressivamente.
No ano de 1993, recebeu a noticia dos estrados nos trabalhos no museu do Crato e transferiu-se para Fortaleza onde residiu por 5 anos. Passou a ser mais conhecida pelos cearenses que a cobriam de mimos e presentes. Seu apartamento na avenidada Alberto Sá, no Papicú, era repleto de reporteres, artisatas e curiosos. Estive todo este tempo ao seu lado, fui uma espécie de secretária para auxilia-la a locomover-se e a resolver assuntos dieversos. Relançou o livro - 40 Anos de Vida Artistica - . Aos 90 anos participa do salão de abril; foi homenagiada pela Acamia Cearense de Letras; realiza uma exposição, Retrospectiva; e recebe o trofeu Sereia de Ouro. Fundei a Sociedade dos Amigos do Museu do Crato, prometendo cuidar e zelar por aquele acêrvo.
Depois da restauração dos seus quadros, já não andava mais e sentia fortes dores nas duas pernas acometidas pela doença. Resolveu deixar o Ceará e retornar ao Rido de Janeiro. Eu a levei ao aeroporto, levando consigo uma enorme bolsa de mão, preta com bolas brancas, contendo cinquenta mil reais em dinheiro vivo, numa cadeira de rodas, determinada e confiante. A sua idade poderia exigir-lhe sossego, mas o seu espirito era ainda inquieto, incansável procurando sempre fazer mais. Vivendo sozinha na avenida Atlântica e tendo o mar como inspiração, pintou e esperou o momento de encomtrar o amado Amora Maciel. Realizou a sua última exposição no Barra shopping e vendeu todos os trabalhos. Deixou para uma única sobrinha, Lindete Aguiar Elery, que a acompanhava sempre e lhe queria muito bem, todos os seus bens como herança.
No ano de 2002 estamparam-se as manchetes.....
Morre a grande Dama das Artes Sinhá Dámora.
Mas ficou o seu exemplo de determinação para as futuras gerações de artistas da interprete plástica cearense que pintou a sua terrra e a sua gente.

Edilma Rocha